quarta-feira, 15 de março de 2006

Sempre em silêncio...

Não sei o que me levou a fazê-lo mas, desviei o olhar do livro que lia. Os sorrisos - quase gargalhadas - que ia soltando de tempos a tempos, devido ao conteúdo da leitura, ficaram suspensos quando cruzei aquele olhar. Aparentava um ar simples e triste, uma tristeza tão profunda que me impediu de continuar a leitura divertida. Tentei desviar o olhar para a janela. Porém, tal como um voyeur olha para um acidente, sentia-me inexplicavelmente atraída por tanta tristeza. De repente e sem qualquer som ou movimento, as lágrimas começaram a cair-lhe pelo rosto. Tentou limpá-las disfarçadamente mas, estas não só teimavam em cair como aumentaram a intensidade. Não me atrevi a entrar naquele espaço, e com um olhar ofereci ajuda. Com um olhar também a ajuda foi recusada. Estava a chegar ao meu destino e tive que me levantar. As lágrimas continuaram a cair, sempre em silêncio, sempre sem um único som...

3 comentários:

jacky disse...

Nem toda a tristeza pode ser partilhada... Já me aconteceu o mesmo que a ti e também respeitei a recusa. Um beijinho

JC disse...

:o

:'(**

Ricardo M. disse...

Chorar nem sempre é maú. Um repulso do que nos está a perturbar. Limpa a alma. É tramado de assistir, isso tenho de admitir.