segunda-feira, 24 de abril de 2006


Aquele foi um dia que começou igual aos outros. Depois de vestir a bata branca, colocou a pasta às costas e seguiu para a escola. Gostaria de fazer o pequeno percurso sózinha mas ainda não tinha autorização para isso, era demasiado pequena e existiam duas estradas com muito movimento para atravessar. Chegou e juntou-se às brincadeiras das coleguinhas no pátio do recreio até que tocou para a entrada. Dª. Zulmira (a professora) recebia-as como sempre na entrada da sala de aula. Depois dos primeiros minutos de agitação, tomou o seu lugar e a aula começou. Algum tempo depois a professora da sala ao lado entrou e falou em voz baixa com a sua professora. A Dª. Zulmira disse então que as mães de algumas das meninas as tinham vindo buscar. As meninas saíram contentes e a professora disse que naquele dia não ia haver mais aula. Pouco depois as mães, irmãs e avós das outras meninas vieram buscá-las também. No regresso para casa a avó insistiu em dar-lhe a mão que, como sempre tentou largar mas, naquele dia a avó não lhe consentiu esse atrevimento e apertou-a ainda mais. Em casa, o rádio limitava-se a tocar continuamente uma música esquisita de que não gostou nada. Ela queria saber o que se passava mas a avó apenas lhe disse que não era nada, que dali a pouco os pais iam voltar para casa. Como criança que era, apesar de achar estranho apreciou a folga inesperada e foi brincar no quintal. No início da tarde os pais chegaram e, abraçaram-na contra eles com muita força enquanto choravam. Começou também a choramingar mas os pais acalmaram-na, disseram-lhe que também se chora quando se está feliz e que nunca mais ia ser preciso ter medo. A data em que isto aconteceu? 25 de Abril de 1974.



Imagem daqui.

4 comentários:

365dias disse...

que giro... :-)
um bom feriado
bj

cumixoso disse...

Eles choravam pk sabiam que 32 anos depois haviam de querer k algum desse tempo voltasse para trás...

Rice Man disse...

É uma bela história Atlantys... fictícia ou verdadeira? Se é verdadeira, é a tua história ou a de uma outra criança?

De qualquer modo tenho que dizer algo... É espantoso como certos momentos nos ficam na memória!... Nós nunca nos esquecemos... DOS DIAS EM QUE NÃO TIVEMOS ESCOLA!!!

Desculpa Atlantys!... Eu estava só a brincar! Não é minha intenção minimizar o aspecto emocional da tua história, ok?

Anónimo disse...

Tal como já disse, tenho [mesmo muita] pena por não ter nascido mais cedo.

[Já cá tinha vindo ontem à noite, mas o raio do blogger tava de greve!]