sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

Podia ter sido pior...

Ensonada e ainda a esfregar os olhos chego a Lisboa pela manhã. Atravesso o Terreiro do Paço e vejo o elétrico a sair da paragem - podia ter feito um esforço para o apanhar e corrido um bocadinho. Não o fiz, correr é contra a minha religião e pecar logo pela manhã não me parece bem (isto podia levar a considerações várias mas é melhor ficar pelo que tinha intensão de vos contar...). Passados uns minutos, poucos felizmente, aparece um novo eléctrico, entro, sento-me e abro a revista que tinha comprado. Estava absorta na leitura (a vida do Engº. Belmiro de Azevedo é deveras fascinante arghhhhh), quando me apercebo de que o bicho já estava parado há algum tempo, levanto os olhos para ver o que se estava a passar - um acidente em cima da linha ali para os lados de Alcântara e, o condutor do eléctrico a dizer: senhores passageiros lamento (este era dos educados...) mas vão ter que sair e apanhar outro transporte. A coisa não correu muito mal e menos de 5 minutos depois apareceu um autocarro que me levou até ao estaminé onde trabalho - claro que foi uma viagem ao melhor estilo sardinha em lata, cheia de partilhas de odores corporais não propriamente agradáveis (há pessoas que me parecem ser alérgicas à agua e aos desodorizantes) mas enfim, alegrias dos transportes públicos...
O dia de trabalho decorreu sem stresses, pontuado com alguns momentos agradáveis de carácter pessoal e que não vêm agora ao caso.
Pontualmente às seis da tarde saio do estaminé (ontem era dia de ginásio e convinha sair a horas). Gelo na paragem do eléctrico (sempre o eléctrico meus deuses Image hosting by Photobucket) durante aproximadamente 25 minutos até que o dito cujo resolve aparecer. Entro, sento-me e volto à leitura da revista. Algures na zona da Junqueira o eléctrico pára e, depois de várias tentativas para sair do sitio o motorista (que não era dos mais educados) declara: o eléctrico tem uma avaria nas portas não sai daqui!!! Lá ficou toda a gente na paragem à espera de uma alternativa. Decido não entrar no primeiro autocarro que passa porque estava a transbordar e onde uma senhora já gritava para outra: vá-se acabar de criar sua malcriadona, não vê que sou côxa, aleijada e que não me posso mexer? vá empurrar a sua mãe sua filha da..." (vou ficar por aqui). Entro no autocarro seguinte que por acaso tinha paragem no Terreiro do Paço. O resto da viagem foi calma até que chegámos ao Cais do Sodré, onde as pessoas se acotovelavam para entrar. Quando iamos arrancar alguém pede ao motorista para esperar. E adivinhem quem corria esbaforida para o autocarro? A mesma côxa, aleijada que não se podia mexer" que quase espancou alguém que entrou à sua frente no autocarro anterior. Aqui não consegui evitar e desmanchei-me a rir sozinha enquanto o senhor que estava na minha frente olhava para mim com aquele ar condescendente de: coitadinha, é maluquinha!!!
Depois disto tudo, consigo ainda apanhar um barco que me permitiu chegar ao ginásio mesmo em cima da hora. Depois do ginásio, banho e jantar. O dia acabou bem.Image hosting by Photobucket
Podia ter sido pior...

4 comentários:

Anónimo disse...

É por estas e por outras que não há nada melhor que o nosso carrinho!!!

E sempre podemos ter o prazer/surpresa de chegar ao carro e ter lá uma multa (ou não). Ou quem sabe termos o carro trancado por um senhor muito simpático que nos agradece imenso por não ralharmos com ele, já que ele já não estava a trabalhar e tinha ido beber um copito. Ou termos mais umas marcas de gajos que não sabem estacionar/abrir portas e nos mandam umas mocadas...

Pensando bem, não estou a dizer coisas a favor de ter carro próprio... :humm:

Mariana de Barros disse...

não vê que sou côxa, aleijada e que não me posso mexer? vá empurrar a sua mãe sua filha da..."

desculpem, isto é de génios... LLLOOOLLL

agradece aos ceus por poderes viver estas aventuras pah

Sara Mota disse...

É pá, há muito que andava para dizer isto:

Oh, Atlantys, pá, já NINGUÉM anda de eléctrico! xD


(Que dia! ;P )

365dias disse...

what a day..